sexta-feira, 25 de junho de 2010

"A pátria na ponta da chuteira"

Esta é uma antiga frase utilizada por muitos, alguns por ideolgia, outros por pura motivação e, infelizmente, por alguns, por demagogia barata. Por falar nisso, venho utilizando repedidamente este termo "demagogia". Por isso coloco o sentido da palavra: "Demagogia é conduzir o povo a uma falsa situação" (Wikipedia).
O Brasil possui o melhor futebol do mundo, isso é inconteste, já que somos os únicos campeões mundiais por 05 vezes. Porém indago: por termos o melhor futebol do mundo é que gostamos tanto de futebol?
Faço essa pergunta para motivar a reflexão acerca do sentimento do brasileiro acerca do seu País. Nós temos, além do futebol, um povo alegre, trabalhador, criativo, uma natureza rica em todos os sentidos, que raramente nos oferece tragédias sentidas em outras partes do mundo. Será que estes fatores também nos incentiva a sentir algo de bom pelo Brasil?
Começando por mim, respondo que estes fatores não são suficientes á preencherem, pelo menos para a maioria da população, um espaço significante dentro do juízo de valor do brasileiro quando tem que emitir uma opinião sobre o sentimento frente ao seu País.
Não basta falar que gosta do Brasil, ou que gosta de ser brasileiro. Mas, valorizar o seu País, sobretudo, passa pelo exercício pleno da democracia.
Mas esse não é o sentido que nos passa, sobretudo, a mídia de massa, que acaba por disceminar um sentido deturpado daquilo que seria cidadania. Tenho certeza, que para muitos ser cidadão significaria votar e vestir a camisa da seleção brasileira (a maioria adquirida clandestinamente através de uma banca de camelô, sempre falsificada).
Nunca é demais lembrar, que o único candidato à presidência desse País que teve como bandeira de campanha, sobretudo, a Educação, não obteve mais de 2% dos votos válidos dos eleitores brasileiros.
E ainda gritamos: "Eu sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor". Orgulho de que ou de quem?

domingo, 20 de junho de 2010

A nova versão do voto de cabresto

Meus caros alunos, como várias vezes tive oportunidade de me manifestar em sala de aula, local por excelência onde se discute idéias e ideais, acerca do papel do verdadeiro cidadão, me utilizo deste espaço para democratizar minha opinião.
Nestas oportunidades, comentamos acerca dos péssimos infortúneos que afloraram do legislativo tocantinense, quando alguns de vocês me indagaram: o que poderia ser feito professor?
Antes de procurar uma solução, algo não pode ser questionado: o papel do Poder Judiciário. Lembremos das vezes em que foi chamado a se manifestar, especialmente nos últimos meses, quando o fez de maneira exemplar.
Em algumas delas foram realizados comentários pelos nobres ministros. Não foi fácil escutar tais palavras, mas apesar de "doerem" em minha consciência, tive que admitir, foram de imensa felicidade.
Não há outro sentimento a aflorar do cidadão tocantinense, e eu me incluo, senão o de vergonha. Não passam de declarações demagógicas aquelas proferidas por alguns políticos, unicamente no intuito de se aproveitarem da decisão para se sagrem vencedores politicamente.
Apesar de clarividência desta intenção, eu ainda me preocupo com o fato de que esta "estratégia" seja acertada. Ora, basta lembrar que 70% do eleitorado do nosso Estado não passa do nível fundamental.
Pois bem, apesar desta triste realidade, tem outro fator que vem decidindo as eleições estaduais e municipais praticamente desde quando este Estado fora criado: o "voto de cabresto".
É óbvio que não se trata daquela modalidade amplamente praticada durante a república velha, fazendo perdurar no poder vários coroneis regionais, todas à base de muita violência e ameças. Mas a pressão claramente imposta pelos governantes aos eleitores, ameaçando atingir aquilo que é mais valorizado por um cidadão economicamente ativo: o seu emprego.
A utilização dos votos dos milhares de servidores públicos sem a tão sonhada estabilidade, pois ingressaram nesta seara por pura indicação de seu "padrinho" ou "madrinha", multiplicada ao número de pessoas deles dependentes, é a maior e mais decisiva massa de manobra.
Mais do que uma ilegalidade, trata-se de uma verdadeira injustiça eleitoral.
Não critico o eleitor, que visa proteger aquilo que para ele é mais sagrado, o sustento de sua família. Mas a verdadeira COVARDIA do governante e de seus subalternos, que fingem estarem preocupados com as pessoas para as quais conseguem aquela "vaguinha" na máquina pública, já que desejam, na realidade, o seu voto. Este é o cabresto utilizado pelos mais covardes políticos.
Estamos diante de mais uma eleição. Com certeza várias pessoas estão ou estarão nas ruas, esquinas, praças, rotatórias de nossas cidades, balançando suas bandeiras, debaixo de um sol nada genoroso, não apenas para ganharem seu cachê diário, mas para garantirem mais 04 anos de emprego, ou ingressarem para ali ficarem 04 anos.
Foi a época em que os eleitores buscavam novos votos por pura ideologia. Para falar a verdade, nas eleições que participei, nos meus 32 anos de vida, raramente presenciei esta realidade. No Estado do Tocantins, nunca.
Aguardemos mais alguns dias, quando iniciará a campanha eleitoral, para nos deparamos com esta realidade. Não se esqueça, as pessoas que estarão naqueles locais já mencionados, gritando e aplaudindo nos comírcios, xingando e vaiando os adversários nos debates, só alí estarão por um único motivo: garantirem seus empregos públicos, SEM CONCURSO PÚBLICO, ou, para os concursados, OS SEUS CARGOS DE CHEFIA, DIREÇÃO E ASSESSORAMENTO.

domingo, 13 de junho de 2010

"O Estado Democrático de Direito"

O noticiário tocantinense nestas últimas semanas tem-se ocupado demasiadamente em informar a população acerca do andamento dos processos envolvendo a constitucionalidade de leis oriundas do legislativo tocantinense. O enfoque atribuído sempre acaba por desencadear uma emissão de valor quanto ao causador e, principalmente, a consequência do ato.
Felizmente, o órgão maior do Judiciário não se encontra ocupado com eleições estaduais, e muito menos, preocupado com discursos demagógicos propositalmente proferidos em prol de uma vantagem através de uma situação vexatória.
Voltando aos jornais, o que seria mais importante, informar o povo deste Estado que milhares de pessoas que trabalham no serviço público sem terem passado por um certame público vão perder seus cargos e seus vencimentos ou alerta-los acerca da vergonha que nós, eleitores responsáveis por aqueles que elaboram as leis, estamos passando em rede nacional?
Entendo que nesse momento pré-eleições, sobretudo para o legislativo, as inconstitucionalidades reconhecidas pelo judiciário deveriam servir de alerta.
O jornal do tocantins de hoje relata uma triste estatística, mas extremamente elucidativa. Mais de 60% dos votantes neste Estado sequer concluíram o ensino fundamental. O que esperar disso?
Várias coisas, mas, com certeza, um parlamento despreparado tecnicamente.
No julgamento de quarta-feira passada, quando ouvimos em alto e bom som, que neste Estado as instituições parecem não funcionar, já que corriqueiramente eles, Ministros, se deparam com aberrações legais provindas do legislativo, deveríamos nos ocupar em refletir sobre os nossos erros, ao invés de procurar culpados, ou até mesmo, querer se vingar, contagiados por uma demagogia barata com fito escuso.
Se hoje é assim, com certeza não se culpa o governante ou um grupo político, ou família política, mas a ausência de um Estado Democrático de Direito, onde o cidadão eleitor possa ser livre para escolher aquele que seja o melhor governante ou o melhor legislador, e não aquele que lhe dê emprego ou algum tipo de vantagem econômica.
Qualquer tipo de melhora passa pela educação. Só exige aquele que tem consciência do seu papel dentro de uma democracia.
Pensem nesse ditado popular, e vamos em frente, use o seu voto.
"Os ignorantes, que acham que sabem tudo, privam-se de um dos maiores prazeres da vida: aprender"